A merda da composição política

O que se vê hoje no Brasil, de escândalos atrás de escândalos, já não é novidade. Para falar a verdade, é uma bola de neve que vem há décadas descendo a rampa do Planalto e atingindo em cheio o povo brasileiro. A imprensa, que parece noticiar e passar a imagem de 'estamos indignados', na verdade, aceita numa boa e apenas informa por 'profissionalismo', por dever da profissão, pois em muitos outros momentos da história política do país esteve aliada ao governo, como na ditadura, depois numa inversão e conveniente mudança de lado, nas Diretas Já e governos Sarney, Collor, FHC e nos caras-pintadas. Alguns dos poucos políticos que sobrevivem aos vampiros da composição, como Cristovam Buarque, Jarbas Vasconcelos, Suplicy já não conseguem lutar contra essa composição política suja, que só visa interesses pessoais, particulares e empresariais. E as grandes corporações midiáticas, que deveriam informar corretamente, trazem à tona fatos distorcidos, que a elite burra e maldita rumina e engole, formando as opiniões mais absurdas e mentirosas. O povo, movido ao conformismo eterno e sem forças para lutar e entender os porquês dos bastidores, repetem as mesmas frases feitas e boatos que a oposição anti-Brasil cria.
O Senado e a Camara dos Deputados é um espelho que reflete a educação e cultura que os brasileiros vão seguindo, maus exemplos que vem das ruas e são reforçados com essa imagem de ganhar dinheiro fácil, não precisar de esforço para vencer na vida, fazer tudo de última hora, furar fila, jogar papel na rua, meter a mão no dinheiro público, fazer barganha e só conseguir governar com a merda da composição política, que obriga a situação colocar cargos à disposição de ignorantes e corruptos, apenas pela coligação interpartidária ter 'ajudado' na campanha eleitoral. E isso, infelizmente, existe em qualquer município brasileiro. Essa amarração nojenta, onde nem sempre quem votou ou apoiou o candidato vencedor ganha o cargo e escolhe para sua equipe os melhores salários, e cria-se, em torno disso, um poder absurdamente ditatorial, onde a manipulação e ingerência geram desconfortos internamente, seja em qualquer secretaria, autarquia ou empresa pública. E a oposição, que muitas vezes poderia ser saudável e ver os interesses do povo, acabam por vaidades pessoais e de 'fidelidade' partidária deixando a cidade na mão. Muitos querem o marketing pessoal e poucos pensam no crescimento do município, na educação, saúde, cultura, etc...
O prefeito, governador e presidente dependem da maioria para governar, mas por outro lado, a sede pelo poder e por um cargo na administração os fazem 'vender' seus príncípios morais e éticos, jogando-os fora, deixando a máscara da seriedade cair, sem chance de reconstruir a verdadeira face da democracia.